segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O tempo que quero.

Talvez um dos motivos pelo qual eu não tenha um namorado,  é que sozinha já me sinto um casal.  Brigo comigo mesma, converso, as vezes não me suporto, as vezes me amo, as vezes sinto falta de mim, as vezes me traio e me dou conta que estou me dizendo mentiras, que esqueço de me encontrar e muitas vezes gostaria de me deixar. Um monte de vezes gostaria de pegar uma semana de férias de mim mesma, sem me ouvir, para descobrir como me sinto...
 
O amor é como a morte: não se sabe quando vai nos pegar. A morte não se pode evitar, mas um controle podemos ter: por exemplo podemos decidir o momento de morrer. O amor não, não é possível planeja-lo, não se pode decidir amar. Vivemos sem poder saber quando a mulher ou o homem que ira nos fascinar entrará em nossa vida. Existem épocas em que eu gostaria de ser arrebatada por qualquer um, não dizem que atraímos as coisas pela força do pensamento, talvez comigo esteja acontecendo como quando você sai para fazer compras, impulsionado pelo desejo de comprar alguma coisa, mas não sabe o quê. Pode ser um livro, um lenço, um par de óculos ou um perfume, mas às vezes acontece "de não pegar nada, porque não encontrou nada de interessante” ...

Você sabe quando no final da festa, por vezes, acontece de ver um desses homens sozinho, triste e bêbado, sentado  furando balões com um cigarro? Um tempo atrás eu pensei que gostaria de evitar de me tornar um desses homens patéticos. Eu vivo como se estivesse sempre em uma festa, tenho medo que um dia esta festa termine e as pessoas interessantes e possíveis de amar já tenham ido embora com outras, enquanto eu continuo sozinha, para estourar os balões.

Il tempo che vorrei - Fabio Volo

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