quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Será que o mundo só piora a medida que passa?


Porque muitas pessoas acreditam que o mundo está cada vez pior, porque essa é a sua perspectiva? (perspectivas são ideias que formulamos a partir de pontos de vistas).
Se você a questiona-las, o porquê de pensar assim, talvez elas apontem uma enxurrada de noticias sangrentas, vídeos e casos violentos relatados na internet, intolerância religiosa, preconceito, corrupção e uma lista sem fim de atrocidades recentes que se propagam como verdadeiras pestes na mídia global. “O noticiário é só coisa ruim” vai dizer arrematando. Nesse ponto eu concordo.

A televisão não vive de jornalismo ou da produção de novelas. A produção de conteúdo não é um fim para a TV, mas um meio. A verdadeira finalidade da televisão é o comercio de audiência. Esse é o negocio central. O canal de TV procura as empresas que precisam se fazer conhecidas no mercado e lhes oferece a garantia da atenção de um publico de pessoas que estão (literalmente) cativas a sua programação. Então a programação cumpre o seu papel no processo do negocio principal da televisão: atrair e manter cativo o público, para que os anunciantes possam exibir seus produtos e serviços. Ou seja, a TV vende audiência. A TV vende atenção de pessoas como eu e você. Logo é preciso, infelizmente, dar ao povo o que o povo quer: “sangue”, espetáculo, sendo a boa e velha política do “pão e circo”.

Então será que o mundo esta realmente pior? Ou estamos presos a uma perspectiva que nos é oferecida a partir do ponto de vista dos diretores de conteúdo dos canais de televisão (cada ponto de vista é a vista de um ponto), que precisam atrair, ainda que de maneira sórdida e baixa, atenção do maior numero de pessoas possíveis? Será que esta perspectiva de mundo retrata fielmente o momento em que estamos vivendo?

Não estou vendendo um mundo de Poliana, que não existe mal na Terra e que a corrupção não deve ser denunciada, ou ainda que devamos estar alheios aos acontecimentos relevantes de nossa sociedade, que exijam nosso papel ativo enquanto cidadãos. Não! Apenas estou lembrando que o derramamento de sangue oferecido outrora nos espetáculos romanos dos grandes Coliseu continua hoje sendo oferecido para deleite e distração do publico, que entorpecido pelos fatos cotidianos, adota ideias fracas e limitadas de um único ponto de vista, como um cavalo que somente enxerga o que o cabresto do dono permite.

“Numa paisagem imediata, temos a impressão de que tudo esta ruim (...) porque infelizmente ainda damos preferência para este noticiário. Mas ao mesmo tempo esta em nossas mãos escrever o nosso destino. (...) Nunca houve tanto amor na Terra como hoje! Jamais houve tanta dedicação ao bem, tanto interesse pela ordem e pelo progresso. Em que época da humanidade, nos criaturas nos interessamos pelo ecossistema? Pelo respeito a Terra, a Vida? Pela preservação das espécies vegetais, animais e principalmente do ser humano?”  - Divaldo Pereira Franco.

Conseguimos com isso convencer a favor de nosso pensamento a pessoa que levantou tais afirmações? Talvez sim, talvez não. Este poder não é nosso. Não podemos e nem devemos nos ocupar de convencer ninguém a respeito de nada. O que podemos sempre fazer é oferecer novas perspectivas e provocar o pensamento nas pessoas com quem nos relacionamos. Elas, por sua vez, deverão chegar ao convencimento das novas realidades a partir de sua própria reflexão e experiência sobre a questão.

“Eu não posso ensinar nada a ninguém, eu só posso fazê-lo pensar” (Sócrates).

Fonte: Livro: Não Será em 2012 (Marlene Nobre e Geraldo Lemos Neto)
 

Um comentário:

Nana D. disse...

Adorei seu blog. Escreva mais por favor :)